domingo, 18 de outubro de 2009

A evolução da técnica de registo {Daguerre e Talbot) em paralelo aos formatos de










Para o cidadão do século XIX o daguerreótipo era um milagre da ciência. A sua imagem era a verdade nua e crua, pois era totalmente produzida por uma máquina, não passando pelo olho nem pela mão de um artista. Toda a próspera burguesia de então queria ter o seu retrato e constituía um mercado potencial para os recém convertidos a fotógrafos; no entanto os tempos de exposição necessários inicialmente eram demasiado longos para que se obtivessem retratos nítidos. Três aperfeiçoamentos no processo vieram permitir a redução do tempo de exposição para apenas alguns segundos: foram eles a sensibilização da prata alternadamente com vapores de bromo e vapores de iodo, o que permitiu aumentar a sensibilidade de 10 a 100 vezes ; o aparecimento no mercado de novas objectivas, mais luminosas, desenhadas especificamente para a fotografia; e os aperfeiçoamentos na iluminação dos estúdios, que passaram a ser salas envidraçadas, muitas delas construídas no topo de prédios. Desta forma, depois de 1841, os retratos passaram a figurar entre as grandes utilizações do daguerreótipo e o número de estúdios aumentou sempre durante os primeiros anos de fotografia. Fizeram-se milhões de retratos, que constituiram a forma de utilização mais popular dos daguerreótipos e a mais frequentemente encontrada em colecções de fotografia.
Os meios técnicos então disponíveis não permitiam reproduzir facilmente a imagem de um daguerreótipo e assim cada um constituia uma preciosidade, que se oferecia aos mais próximos, como o retrato que o soldado deixava antes de partir para a guerra. O estojo ajudava a criar a atmosfera de objecto íntimo e único. Esta característica constituiu, no entanto, um inconveniente à sua divulgação e popularização, pois o público desejava um processo que se pudesse reproduzir facilmente. A popularidade do daguerreótipo decaiu quando surgiram os negativos em vidro, sendo abandonado na década de 1860.

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