domingo, 18 de outubro de 2009

Niépce e a primeira "heliografia" inalterável da história



Fig.1. Joseph Nicéphore


Durante muito tempo, alguns escritos reverenciaram o francês Louis Daguerre como o "inventor" ou descobridor da fotografia, ou seja, aquele que primeiro produziu uma imagem fixa pela acção directa da luz. Diz a história que, em 1835, ao fazer pesquisa em seu laboratório, Daguerre estava manipulando uma chapa revestida com prata e sensibilizada com iodeto de prata, que não apresentava nenhum vestígio de imagem. No dia seguinte, a chapa, misteriosamente, revelava formas difusas. Estava criada uma lenda: o vapor de mercúrio proveniente de um termómetro quebrado teria sido o misterioso agente revelador.Sem dúvida, Daguerre vinha trabalhando na ideia há muito tempo, acompanhando de perto, desde 1829, seu sócio na pesquisa da heliografia (gravação através da luz): Joseph Nicéphore Niépce, este sim o primeiro a obter uma verdadeira fotografia.

Ao contrário de seu colega, Niépce era arredo, de poucas falas, compenetrado na invenção de aparelhos técnicos e na ideia de produzir imagens por processos mecânicos através da acção da luz. O apego à produção de imagens começou com a litografia em 1813, curiosamente uma actividade ligada às artes, outra das áreas dominadas por Daguerre, talentoso pintor e desenhista de cenários.Em 1816, Niépce iniciou os estudos com a heliografia. Só dez anos depois conseguiu chegar à primeira imagem inalterável: uma vista descortinada da janela do sótão de sua casa. Os resultados, porém, não foram nada auspiciosos. Utilizando verniz de asfalto sobre vidro e uma mistura de óleos fixadores, o processo não era muito prático para se popularizar. Daí os méritos inegáveis de Daguerre.

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